segunda-feira, 28 de abril de 2008

Nota mental

Cara senhora, venho por meio desta informar-lhe que as devidas providências já estão sendo tomadas. Não é preciso pânico, a situação está sob controle. Muito embora o que as más línguas falam as notícias de caos generalizado não procedem. Lembro: não é preciso pânico. Descansemos já na certeza que os responsáveis estão no comando de tudo, e sabem exatamente como proceder.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

'Carrego sempre o peso do meu som'

Meus ombros baixos e cheios de culpa
Meus dedos já calejados com tanta aspereza
Meus pés e seus calos de dor.
Se já não me movo, é para não transparecer.
Ficar calada ás vezes é melhor
Mas ainda há o que deveria ser dito e não é (quase nunca)
Ainda há o impulso de contar o que vi e o que sei
Ainda carrego todas as palavras e seus ruídos
O som e seu peso profundo
O som e meu medo de tudo.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Sobre as coisas esquecidas

Escute: não há mais nada o que possa ser feito, é o que eu gostaria de dizer. Sim, é o que sei, ou ao menos achei que sabia, até bem pouco. A verdade é que me forcei a acreditar que dois errados fariam um certo. E diante do seu erro (bem, dos seus diversos erros) eu apenas cometi outro e decidi que ódio e desprezo resolveriam o vazio que eu sentia. O esquecimento, eu percebi nada melhora as situações mal resolvidas. Talvez até as piore, pois ao tentar esconder o acontecido apenas o tornamos mais evidente, nas entrelinhas, no canto da sala, no fundo da gaveta, pronto para nos surpreender a qualquer hora.
De qualquer forma, além de não esquecer e piorar minha mágoa eu apenas encobri o quanto tudo isso me era incômodo (pra não dizer sôfrego). De tanto não pensar acabei perdida no meu sentimento de vítima, na minha preocupação em culpar você cheguei a esquecer que o mais fraco sempre foi mesmo você.
E agora, esta surpresa. Não sei o que esperar, não sei se esperar. Na dúvida, não esperarei. Não achava mais que houvesse nada a ser feito. Mas diante das minhas portas fechadas hoje se abre uma janela, e embora pequena, ela ainda permite a passagem de alguma luz. Um raio ainda distante, disforme e descontínuo, mas ainda sim um raio, e que por tão pequeno deve ser bem cuidado.
Confesso que minha caixinha ainda está no fundo da gaveta, recheada de acusações e dúvidas. Mas não, não serei susceptível ao mesmo mal de Pandora. No fundo da gaveta a deixarei, pois embora o passado nos ensine muito, muitas vezes ele nos impede de aprender. Ou mesmo de descobrir.
Eu quero descobrir que estou errada. Que ainda há, de fato, muito a se fazer. Sim, sim... ainda devo uma última vez confessar, o que eu quero mesmo é descobrir quem é você.

sábado, 12 de abril de 2008

one

Yes, I miss you, and you shouldn't even have to ask that. I think about you every day, and sometimes I come to think that's not very healthy. Of course I moved on, I couldn't remain attached to you forever. But to which point am I real about being over you? I really don't know. I don't think I love you anymore, that's almost certain, at least. But as I said, I still wish I could be with you sometimes. I still look through your pictures and messages to know if you are with someone. I am still afraid of loosing you, even though you were never really mine.
The worst of it all is that I have no clue if I'll ever even see you again, and if I do see you, things will be different, we will no longer be the same people we were that summer and our love will be lost forever. Funny thing I said love. Did you love me? Did I love you? What were we, after all? Those questions only make harder for me to put an end on us inside my mind. If I could only know if it was real, if you were indeed mine, and I was yours, I would be in peace. Just knowing I had you, even that it was so brief, would make me happy. Because deep inside my heart I am so certain about you being the one. Deep inside my heart I know you are the one who would give me my happily ever after. I can lie to myself, I can look for someone else, and in the end, maybe we won't be together (life sometimes doesn't go as we plan), but I'll always know that you are the one for me, and I'm the one for you too.
Anf it doesn't matter how many hours, days or countries are between us. What I feel is stronger, for what I feel is real.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Eu espero que você se encontre

Eu não espero que você me perdoe pro ter perdido a calma, por ter te perdido ao tempo. Eu não espero que você se dedique, ou se importe. Eu gostaria que você ligasse, eu adoraria te ver novamente. Num deses encontros casuais, quem sabe, numa tarde qualquer a gente se bata, a gente converse e a gente se entenda.
Até lá eu sigo em passos miúdos, fingindo que o nosso acontecido nunca aconteceu.