terça-feira, 13 de outubro de 2009

há flores, por todos os lados, debaixo do meu travesseiro

Às vezes eu choro baixinho. Porque quando a tristeza é bem grande, não há consolo que acalme. Não adianta gritar, o desespero não passa. Às vezes me tranco no quarto, e deito no chão. Eu canto também, dissipa a solidão. O que talvez muita gente não entenda (e quando eu mesma não custei a entender) é que ficar sozinha não faz mal, ficar triste não é o fim do mundo. A gente não pode ser feliz o tempo todo. quando a carga é pesada, grande não é quem suporta sorrindo, grande é quem suporta. Ponto. Tem muito mais poesia em lágrimas que em sorrisos.
Mas não sou triste. Eu sou feliz. Não do modo banal, hollywoodiano, princesa da Disney. Eu sou feliz de pouquinho, de mansinho, devagarzinho. Eu sou feliz quando consigo assobiar, quando tomo banho de mar, quando deito na rede, quando faço cafuné. Eu sou feliz quando tomo um copo de coca cola bem gelado, quando recebo ligações de madrugada, quando revejo meus amigos. Eu sou feliz aos pouquinhos porque felicidade muita banaliza e aí a gente perde os pequenos momentos.
Quando eu choro (e como eu choro) eu sempre sei que vai melhorar. A dor passa, isso é bom. A alegria também, mas isso também é bom. "O segredo da vida é o equilíbrio" diz minha mãe desde sempre. E não adianta querer puxar a balança, brigar com o mundo, arrancar os cabelos. A vida é simples assim. A vida é confusa assim. A gente só tem que se acostumar.