sexta-feira, 11 de junho de 2010

É um assunto delicado, eu sei. Mas tem me incomodado muito ultimamente. E quando digo ultimamente quero dizer no último ano e meio.
As pessoas parecem achar que ter fé é um ato de submissão, de gente que não tem capacidade crítica. Falam de fé como se fosse uma doença, típica dos menos estudados.
Olha, eu não quero defender religião. Mas fé... fé é a coisa mais bonita que existe. É muito fácil não acreditar em nada. Não exige esforço nenhum não acreditar em nada. Ter fé sim, exige muito, muito, muito esforço. Fé é a certeza daquilo que não vemos. Imagina o esforço que é preciso para continuar acreditando apesar das pessoas subestimarem, de você mesmo por vezes duvidar, das circunstâncias irem de encontro.
Não acreditar sim, não exige nenhuma abdicação pessoal. É um ato para os mais fracos. Crer, sim, é uma tarefa árdua.
Por isso não entendo quando dizem que as pessoas que têm fé são cegas. Não, pelo contrário. Acredito que vemos até demais. Vemos aquilo que os outros não vêem (ou se recusam a enxergar), e talvez esteja justamente aí o problema.
Criticar religiões eu posso entender. Até porque elas são feitas de homens, e homens erram, e muito. Mas duvidar da fé alheia, chamar isso de ignorância, isso eu não posso aceitar nunca.
Se não fosse pela fé de que as coisas um dia podem melhorar, de que existe algo mais do que isto, seria muito difícil entender todas essas injustiças que existem por aí.