quarta-feira, 26 de março de 2008

Poligamia

nós
somos
feitos
um
para
os
outros
Houve um dia em que pensei que adiantaria correr
Que talvez, e por que não?, que talvez eu pudesse chegar a algum lugar
Sim, houve dias em que pensei estar perto de onde sempre quis estar
Me disseram, me fizeram acreditar que isso era verdade
E quanto mais eu corria, mais escutava aos gritos de 'siga em frente'
Mas no final havia sempre uma parede
Eles sabiam
Eu não.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O Leviatã

Há um monstro em cada um de nós pronto para devorar cada segundo de boa intenção que possa vir a habitar nossa mente. Nas suas entranhas reside tudo aquilo que já planejamos de filantropo, de altruísta, e nossos pensamentos serão sempre reduzidos a ocultos desejos indesejáveis. Em seus grandes dentes ele sempre devorará cada resquício de bons sentimentos que possuirmos. Nenhuma boa ação será perdoada.

O homem é
o lobo
do homem
O lobo
do homem
o homem é.

quarta-feira, 12 de março de 2008

menos um, menos um, menos um, menos um


Mas é a puta que o pariu.
Agora acabou tudo.
Eu não posso mais com isso.

Eu não sei como, mas alguém pegou meu dia, repleto com minhas lindas 24 horas e cortou em pedaços bem miúdos, mas BEM miúdos mesmo e me deu o mais mísero deles. Eu já nem penso mais. Que dirá ter tempo pra mim, PRA MIM, SÓ PRA MIM. Se não é aula, é estudo, são as porras das redações infernais, são pessoas que querem minha atenção. MAS E EU? E EU NESTA MERDA TODA AONDE FICO?
Pergunta retórica e estúpida.
Eu fico em canto nenhum, é isso. Eu não tenho mais canto nenhum dentro da minha própria vida.

Mas é a puta que o pariu.
Fazendo uso das piores palavras da última flor do lácio sim, que eu tenho direito.

NÃO VAI DAR MAIS EIM.


bjs, perspectivas.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Garota, Interrompida.

Não sei o que, mas sei que ultimamente minha arritmia cardíaca piorou bastante. Meu coração, aos saltos, parece querer abandonar seu posto. Por nada.
Minhas mãos tremem e minha respiração ofegante sufoca meu próprio peito. E o pior, lágrimas. Aos jorros. Cachoeiras, rios, mares, oceanos inteiros brotando, vertendo, tudo contra a minha vontade, tudo mais forte que eu. Por nada. Bem, por quase nada.
E o sono não vem mais. Não importa quantos copos de leite, quantos remédios, quantos chás eu tome, meu olhos permanecem eternamente estateladamente abertos. Por nada. Melhor dizendo, por pouquíssima coisa.
Falta ânimo (se é que sequer sei o significado da palavra esses dias), coragem, disposição. Falta o sopro de vida em mim. A única coisa que ainda consigo desejar é que o tempo passe. Por nada.
Ou talvez seja alguma coisa. E muito importante.
Não sei o que, mas sei que minha calma já parece não voltar mais.