sábado, 26 de dezembro de 2009

oh, my feelings are more important than yours

A maior parte das pessoas escolhe viver mal. É, meio cruel com a humanidade, mas é verdade. Eu acredito fortemente que se você tem um problema, você deve fazer tudo pra solucioná-lo. Mas aparentemente nem todo mundo concorda com esse ponto de vista. O que mais tenho observado ultimamente são pessoas que deliberadamente correm ao encontro dos seus problemas. Eu sinceramente não sei porque. Mas a única explicação plausível que consigo encontrar é falta de amor próprio. É bem irônico, na verdade. Era de se esperar que, vivendo num mundo capitalista como o nosso, ninguém fosse conseguir pensar em outra coisa além de si mesmo. E isso de fato acontece. Mas por outro lado, parece que cada dia mais as pessoas perdem a capacidade de auto preservação. Talvez insistir em permanecer numa situação desfavorável seja um questão de petulância. Talvez seja falta de visão. Mas acredito que se as pessoas se colocasse acima dessas coisas todas, elas fariam tudo, tudo mesmo, pra se salvaguardar.
As pessoas tem que começar a tirar a cabeça da bunda. De verdade.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

if I have never met you I would never know what perfection is really like

Não acho que os outros vêem
O melhor, eles vêem, mas não conseguem enxergar
Atrás do sorriso perfeito sempre tem
Tanta coisa a mais para olhar

Não consigo mesmo entender
Como todo esse tempo passou
Sem que eu conseguisse perceber
Foram-se dias, meses, anos e nada mudou

Nas noites de insônia eu sempre recordo
De tudo que ocorreu e do que planejávamos
Às vezes até sem palavras, mas sempre de acordo
O mundo parecia parar enquanto nos amávamos

É difícil explicar o que sinto
E já não me surpreende que não consigam compreender
Por isso hoje apenas calo ou minto
Palavras não são mesmo dignas de você

A mentira que inventei, ainda me ilude
Me ajuda a não enxergar o que não quero ver
Porque para mim é muito certo:
Esse amor será eterno, ainda que mude

E esse medo de acordar me sufoca mais e mais
Esquecer eu não consigo, eu não posso superar
Você se foi e eu fiquei pra trás
Você agora está no céu, e eu aqui a me afogar.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O que desejo ainda não tem nome

Quero escrever sentimento desinibido
Desvendar cada esquina dos vocábulos perdidos
Quero desbravar cada sílaba em plenitude
Descrevendo cada vogal amiúde
Quero excitar ou atenuar os sentidos
Aguçar o paladar e os ouvidos
Quero que cada palavra, como doce, se derreta
E que depois ao céu da boca fique presa
Quero que cada vírgula, cada ponto de exclamação
Abra um sorriso, suscite uma emoção
Quero escrever puro movimento, enfim
Sem começo, meio ou fim.

because I have loved so deeply

Maybe I'm not ready. I'm not ready for the pain. Yes, I wish you could realize how much it hurts talking to you. So many times I've dreamed of being there. In my dreams I tell you I have dreamed about being there. Isn't it funny? In a sad-funny way? When I wake up, it's a burden to put a smile on my face and go on with life. I didn't know it was going to be like this. You're life is changing. You're all getting married, having babies, graduating, and even breaking up old relationships. My life has also changed. What hurts me is not being there. With my nephews, my nieces, or hugging you, lecturing you, whipping off your tears. It hurts the feeling that we are an ocean apart. And we are. I have been a bad friend. I hadn't call, I hadn't messaged you back. I know that. It bothers me everyday. I just wish you could understand I don't get in touch because it hurts. I'm weak. I miss you so much.

"I had not known before
Forever was such a long word
The slow stroke of the clock of time
I had not heard.
It's hard to learn so late
It seams no sad heart really learns
But hopes and trusts and doubts and fears
And bleed and burns
The night is not all dark
Nor is the day all it seems
But each may bring me this relief -
My dreams and dreams
I had not known before
That never as so sad a word
So wrap me in forgetfulness -
I have not heard."


(It has been 30 months. how long more will it take? can I have hope still? or will this last forever?)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

há flores, por todos os lados, debaixo do meu travesseiro

Às vezes eu choro baixinho. Porque quando a tristeza é bem grande, não há consolo que acalme. Não adianta gritar, o desespero não passa. Às vezes me tranco no quarto, e deito no chão. Eu canto também, dissipa a solidão. O que talvez muita gente não entenda (e quando eu mesma não custei a entender) é que ficar sozinha não faz mal, ficar triste não é o fim do mundo. A gente não pode ser feliz o tempo todo. quando a carga é pesada, grande não é quem suporta sorrindo, grande é quem suporta. Ponto. Tem muito mais poesia em lágrimas que em sorrisos.
Mas não sou triste. Eu sou feliz. Não do modo banal, hollywoodiano, princesa da Disney. Eu sou feliz de pouquinho, de mansinho, devagarzinho. Eu sou feliz quando consigo assobiar, quando tomo banho de mar, quando deito na rede, quando faço cafuné. Eu sou feliz quando tomo um copo de coca cola bem gelado, quando recebo ligações de madrugada, quando revejo meus amigos. Eu sou feliz aos pouquinhos porque felicidade muita banaliza e aí a gente perde os pequenos momentos.
Quando eu choro (e como eu choro) eu sempre sei que vai melhorar. A dor passa, isso é bom. A alegria também, mas isso também é bom. "O segredo da vida é o equilíbrio" diz minha mãe desde sempre. E não adianta querer puxar a balança, brigar com o mundo, arrancar os cabelos. A vida é simples assim. A vida é confusa assim. A gente só tem que se acostumar.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

she's lost control

Vontade...

Vontade de gritar, de arrancar os cabelos, de jogar tudo pra cima, de mandar todo mundo se fuder, de apagar a luz, chorar no escuro, de ouvir coldplay até os ouvidos cairem. Vontade de desistir do curso, mudar de casa, sair correndo, entrar no mar. Vontade de não ter controle, de sair de cena, de mudar de ares, de me transformar. Vontade de fechar os olhos, de arranhar paredes, de riscar o sofá. Vontade de mandar pra merda, de chutar com força, de não me importar. Vontade de sair do sério, de perder a razão, de perder a noção, de me dopar. Vontade de desistir, vontade de continuar. Vontade de ir e vontade de ficar.
Eu queria mentir
Eu queria iludir
Eu queria negar

Mas eu tenho vontade, eu tenho vontade, vontade de me jogar.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

que é maior do que o tempo e do que o tudo

Por sua beleza, por sua doçura
Por seu sorriso sincero
Seu olhar de candura
Por tudo o que representas
A pureza, a ternura,
Te farei minha mulher
Te elevarei às alturas

Por estar ao lado meu
Por me segurar enquanto choro
Porque sempre me cuida
Porque nunca temeu
Por ser forte, ser sempre
Te farei meu amado
Meu coração será só seu

Por aquilo que passa,
E o que eterno será
Seremos um só
Nada nos vencerá
Por promessa de sangue
Nosso amor é eterno
Ele jamais passará

ela tem razão quando vem dizer que eu preciso sim de todo cuidado

Às vezes as coisas não acontecem como deveriam. Tudo que a gente planejou dá errado, a vida, bandida, dá um jeito de jogar nossos planos fora. E eu, eu nunca consegui viver direito sem saber. Eu não sei porque, eu nunca soube, e sempre foi uma coisa que detestei em mim, mas preciso sempre saber. De pequenas coisas, como o almoço ou aonde vou no fim de semana, e de grandes coisas, como que carreira seguir. O fato é que isso é péssimo. Eu simplesmente não tenho controle sobre o tempo e acredite, pra mim isso é muito, muito, muito frustrante mesmo. Quando sua cabeça trabalha a duzendos por hora, tudo que você pode fazer é pensar em coisas inúteis. Se eu não tirar meu foco dos, ahn, digamos grandes problemas, acabo surtando. Não dá pra carregar o mundo nas costas. Então eu foco em coisas simples. Que roupa usar. O que comer. Que horas vou sair com meu pai. Mas mesmo essas questões, tão simples, quando são muito dissecadas, acabam realmente problemáticas. É cansativo viver dentro de mim.
Eu invejo as pessoas que conseguem não pensar em nada. Simplesmente abstraem e se desligam. Eu realmente não queria que minha cabeça fosse um relicário de preocupações a todo tempo. Mas ela é. Eu não queria ser eu, às vezes, mas eu sou. E ai fico com esse problema, de não querer existir, existindo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

running in circles

Essa onda de tecnologia me irrita. Não sei se é porque eu quase perdi meu fichamento de TGP dois dias antes da entrega por causa desse maldito esquema do word, não sei se é porque todo mundo agora me cobra um twitter, não sei se é porque eu não consigo nem administrar meu orkut sem levar as pessoas a terem raiva de mim porque simplesmente ignoro scraps por semanas, depois os apago sem responder.
Certo, mas isso é irrelevante.

(...)
O problema, meu Deus, o grande problema é essa mania irritante de querer problematizar tudo. Pegar as coisas em seu estado mais simples, mas delicado até, e querer transformar em algo maior, algo 'digno' de atenção. Cansa.
Cansa falar sempre sobre as mesmas questões inúteis, cansa ver as mesmas opiniões, cansa nunca ver ninguém ceder.
Cansa, acima de tudo, nunca criar nada. Sinto tanta falta de usar minhas mãos, minha imaginação. Alguém, por favor, dê-me uma câmera, uma colagem, uma pintura.

(...)

agora, diante das minhas insatisfações, tinha que haver solução.
e há. cantar just like heaven 54 vezes, dormir, e torcer pra acordar em outro lugar.

Show me, show me, show me how you do that trick
The one that makes me scream, she said
The one that makes me laugh, she said, threw her arms around my neck
Show me how you do it and I promise you, I promise that I'll run away with
...
You soft and only
You lost and lonely
You strange as angels dancing in the deepest oceans
Twisting in the water, you're just like a dream
Just like a dream

Ver as patricinhas de bervely hills ontem a tarde só serviu pra me irritar mais.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

i have hurt so much breaking bridges, building walls

I can't see anything
Through this wall
It has grown big
It overcame everything

I tried to break it
But everytime I come near
It becomes stronger
It increases my fear

There was a bridge before
Where now there's only this wall
But I can't remember anymore
When I burned it down

This wall is made of feelings
It keeps me protected
From being hurt again
From being rejected

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

fidelidade

Sei dos erros, sei dos atrasos
Sei das mentiras, das ilusões
Do fim do dia cansado
Das poucas ligações

Sei já há tanto tempo,
E melhor seria se não soubesse
Porque, meu amor, ainda assim
Meu amor não desfalece

Sei dela, e das outras
Sei das noites sem dormir
Em bares, em calçadas
Sei da ânsia de fugir

Mesmo assim, nada importa
Vou esperar o dia raiar
Para escutar você à porta
E poder te abraçar

Já me chamaram louca, dependente, submissa
Mas, meu amor, eles não poderiam saber
Que sem você eu não existo
Eu não vivo sem te ter.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

dispenso a previsão

E qualquer dia vamos nos dar conta que o sentimento que antes era, aliás, que antes não era cresceu, desordenadamente, cresceu e tomou conta de tudo.
E resta a aflição, o medo de perder, de perder-se. A perspectiva de acordar numa manhã de Domingo e perceber que não resta mais nada a dizer (a não ser Adeus). O armário vazio, a porta encostada.
A dança e os risos de hoje não existirão mais amanhã. Uma conversa em um bar qualquer, "Quem errou foi você", nenhum de nós jamais vai admitir a verdade. Insistir nisso agora, é se jogar no escuro. É arriscar tudo, e talvez desperdiçar tempo demais.
Quando olharmos para trás teremos as fotografias (e mais que isso, as lembranças). Mas teremos mais ainda raiva. E rancor. E mágoa. E medo. Medo de errar novamente. Os bons momentos... os bons momentos são aqueles que tendem a nos assombrar. São deles que não podemos nunca esquecer.
Mas se pudéssemos prever como isso vai acabar... Não haveria o coração correndo, a veia pulsando, o peito arfando, o chão sumindo.
Te ter, ou não te ter. Amar ou não amar. Perder tudo depois de tudo ter ou não ter nada por medo de arriscar?

domingo, 26 de julho de 2009

carta

Apaguei todas as palavras antes dessas
Achei que não faziam nenhum sentido
Aliás, achei que não teriam significado algum para você
A mim, diziam muito.
Apesar desses nossos desentendimentos cotidianos
A vida continua...
E a mensagem que queria te passar
Ficou perdida entre as páginas de algum livro
(no rodapé de algum poema de Vinicius?)
Re-escrevi diversas vezes
O discurso furado que você deveria ouvir
Mas perdi as folhas de papel em branco
Nas quais transbordei meu pensamento
E abri meu coração.

Ainda procuro frases simples que expressem o que quero dizer.
B.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

same town, same excuses

I want you
But then again, I don't always get what I want
I don't know what it is
Exactly what you show
You are wonderful, I'll tell you that
Capable of being brilliant
And two opposite people
I would only like to know
How do you see me through your eyes
You let us all down
The crowd of fools that flollows your heart
In this same old town
"I'm not good enough"
Was your excuse since the start

terça-feira, 14 de julho de 2009

You see she hides cause she's scared

Eu perdi meu CD de red hot, meu "the notebook", meu livro de contos, um vestido, meu anel. Mas eu não me perdi. Eu continuo sempre presente.
(...)
Não sei porque as pessoas mudam. Eu sei, irônico, já que mudei tanto. Mas às vezes a gente nem reconhece grandes amigos. Eu sinto sua falta. Das conversas, das indiretas, dos raros encontros. Eu sinto falta de quem você costumava ser. As pessoas esquecem delas mesmas. Elas se perdem em seus próprios labirintos, elas inventam ou aumentam seus problemas.
(...)
Eu havia me esquecido de como I coul have lied fala comigo. Foi Pedro que me lembrou que essa música existe. Foi uma das melhores coisas dessas férias. Eu costumava ouvir essa música quase todo dia, no auge da minha paixão adolescente redhotiana. E ela já falava muito comigo na sexta série. Engraçado né. Ela parece que fala mais ainda hoje, quase sete anos depois.
(...)
Foi Aristóteles, eu acho, que falou de forma e essência né. Bom, minha essência continua aqui. Esses pequenos incidentes me lembram disso. Eu cresci. Eu cresco ainda, todos os dias. Mas tem coisas que não mudam.
(...)
I could never change what I feel, my face will never show what is not real.
Por que depois de uma madrugada de calafrios, febre, dor de garganta, etc. eu merecia uma boa surpresa hoje.
A gente sempre merece surpresas boas.
Eu fico tão cansada de sentir, às vezes.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

I just got lost

Não é porque eu não quero ou não gosto de ouvir que estou errada. É porque dessa vez eu não estou. Eu abri mão de muita coisa. Muita mesmo. E não olhei pra trás (ta, olhei, mas não me arrependi). E não me arrependi porque tenho fé. Tenho fé em muita coisa. Acho que tenho fé até demais. Em mudança , em melhora, tenho fé na esperança. Então abrir mão de tudo, de todas as minhas certezas, da minha segurança, dos meus questionamentos, não importa. Não importa porque esse motorzinho que me move - a fé - me garante que vai dar tudo certo (mesmo que dê errado). Porque se der errado é porque não era pra ter sido assim. E eu vou tentar novamente . Eu vou abrir mão novamente. Até acertar. Mas dessa vez não. Eu não errei. Eu tenho tudo pra não acreditar, pra cobrar, pra odiar. E eu acredito, eu esqueço, eu amo. Então se é ou não da minha personalidade agir assim, tanto faz. Tanto faz porque nos últimos anos eu mudei muito. Se sou ou não eu, se eu devo ou não devo, não importa. Dessa vez não.

Just because I'm losing
Doesn't mean I'm lost
Doesn't mean I'll stop
Doesn't mean I'm across

Just because I'm hurting
Doesn't mean I'm hurt
Doesn't mean I didn't get what I deserved
No better and no worse"

As pessoas me cansam. Se você tem um problema, resolva. Não fique que nem cachorro girando em círculos, atrás do próprio rabo porque não vai adiantar.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

breakdown

I know you asked me not to
But I did it anyway
I did it bc I needed to
Am I not strong enough?
Am I not good enough?
I’m not enough
The doc said
Don’t you go living live crazy like that girl
Don’t mix your pills with drinks he said
But, oh, doc. How can I not?
If it’s almost morning again
And I’m still awake
There’s too much of nothing on my mind
I know I know better
I’m tired of always knowing
And not getting it right
One more pill
One last day
If you asked me to
I would stay
You never look at me
You always stare away
Why can’t you see
The problem it’s not you
It’s me

terça-feira, 30 de junho de 2009

onde vamos parar?

Mamãe grita do quarto 'Eu não disse? É bem a décima vez que o Globo Repórter faz uma matéria sobre a obesidade. É, minha filha, a obesidade é o mal do século, eu digo faz tempo’. Certo. Até então, tudo o que ela havia me dito havia literalmente entrado por um ouvido e saído pelo outro. Eu me contentava em responder com ‘hm’ e ‘ok’. Mas diante desse comentário eu apenas fiquei calada. E não pense que foi porque eu já to pra lá de cansada de ouvir sobre comida sem agrotóxico, obesidade na adolescência, gordura trans, ou coisa do tipo (se bem que isso também procede). Não, eu não consegui responder a este comentário com um simples ‘é...’ porque não está certo.
(...)
Tem muita gente gorda no mundo. Tá. Mas e daí? Tem muita gente feia, nariguda, careca, baixinha, vesga... E ninguém diz nada. Então por que obesidade tem que ser esse problema todo? Usando as palavras da minha genitora ‘porque, meu bem, obesidade leva a morte’. Certo. Mas atropelamento e homicídio também levam. Em vez de ficar mandando a gente fechar a boca, Globo, faz uma matéria sobre a violência urbana e dá em cima dos políticos, pra que eles resolvam essa palhaçada. De que adianta pesar 49 kg e ser malhadérrima se eu vou ser sequestrada na próxima esquina? Nada, eu lhe digo, não adianta de nada. Não to dizendo, longe de mim, que todo mundo tem que ficar gordo até que a violência acabe (o mundo ia sair de órbita com a quantidade de gente ‘pesadinha’). Mas olha, que tem coisa mais importante do que a qualidade da alimentação isso tem.
(...)
Mas mesmo assim, esses acima ainda não foram os motivos pelos quais eu não consegui ignorar o comentário da minha mãe. Não mesmo. Foi uma coisa, acho que até pequena, que ela falou, que me fez pensar. Que me fez tirar a cara de dentro do livro de física elétrica e olhar pra parede pensando ‘ela realmente acredita nisso?’ ‘A obesidade é o mal do século’, foi isso. Agora pense bem.
(...)Eu não sei não. Mas eu tenho a impressão de que tem milhões de pessoas morrendo de fome na África. E de AIDS no mundo. E que o segundo remédio mais vendido no mundo (perdendo só pro viagra, mas isso é outro assunto...) é zantrax. Então é o seguinte, ser gordo é o de menos. Pra mim, o mundo tem muitos maus. Muitos mesmo. Mas o pior deles é a inversão de valores. Sim, pode discordar, mas pra mim, se as pessoas soubessem valorizar o que merece ser valorizado as coisas não estariam tão caóticas. Se o ser humano pudesse por um minuto tirar a cabeça de dentro da bunda e olhar pro mundo aí fora a gente não estaria nessa merda (bastante irônico, não?). E digo mais, se não esse, o pior mal do mundo é a solidão. Não to falando de momentos sozinho. Não, isso é saudável, e eu mesma cultivo-os sempre que posso. Mas aquela solidão verdadeira é terrível. Dá um nó no estômago, um pânico, um medo de deixar o mundo assim, sem ninguém, e ao mesmo tempo uma vontade de sumir. A solidão é arrasadora. Ela me mete medo.
(...)
É, foi basicamente por isso que quando minha mãe fez aquele infeliz input na nossa ‘conversa’ (mais um monólogo por parte dela que tudo) eu apenas me levantei e fui pra cozinha. Porque é mais fácil engulir e escrever que apresentar meus pontos de vista e arriscar ser levada para um spa. Mas olha só, diante de metade to que tá de errado ai fora, ser gordinho passa despercebido.
E viva a obesidade, minha gente.

sábado, 27 de junho de 2009

It don't matter if you're black or white

Tenho que admitir que quinta à noite, quando Nathália me disse que Michael Jackson tinha morrido eu não me importei muito. Não em importei porque, basicamente, eu não era tão fã dele assim. Mas eu não sei o que aconteceu de ontem pra hoje (acho que o sensacionalismo da mídia pode ter muito a ver com isso) eu me encontro num estágio de quase-choro. Eu sei que ele fez um monte de coisa sem sentido, tipo sacudir o filho de onze meses fora da janela, e tem todas aquelas acusações de pedofilia, mas apesar disso tudo, não tem que não saiba que ele foi simplesmente um gênio. Não é só pelas letras das músicas, inteligentes, bem boladas e cativantes, é pelo garotinho fofo que ele foi no Jackson 5 e o músico da porra que ele passou a ser depois, em toda sua carreia. É triste que ele tenha morrido sozinho e cheio de dívidas, o cara merecia mais. Na MTV apareceu a Latoya, irmã dele, falando que ele não teve infância, mas que nenhum deles teve etc. Mas acho que ele respondeu muito mal a toda a pressão. As pessoas reagem de forma tão diferente. Eu entendo que ele tenha se tornado uma criança presa num corpo de adulto, e muitos dos comportamentos dele podem ser explicados partindo dessa perspectiva, creio eu.
De qualquer forma, to muito comovida com toda essa história e muito chateada também. Chateada porque acho muito injusto que eu nunca tenha podido assistir a um show dele. Eu não me achava muito fã dele, mas to descobrindo, pela MTV que conhecia muuitas das suas músicas e nem sabia. Acho que é o tipo da musica que entra na sua cabeça e fica lá sem que você se dê conta. E eu fico feliz que seja assim, tem tanta música merda aí fora que vale a pena ter um pouco de Michael no juízo (das músicas, não do jeito, claro!).
Acho curioso ver como as pessoas receberam a notícia. Todos os famosos emocionadíssimos, a família pior ainda, e todo mundo do mundo (literalmente!) prestando homenagens. Do Brasil às Filipinas tem gente dizendo tchau ao rei do pop. O cara marcou. É realmente uma porcaria que uma pessoa tão talentosa tenha ido embora tão mal e tão bruscamente.

terça-feira, 23 de junho de 2009

well, if that's love it comes at much too higher cost

Eu quero que você saiba de muitas coisas. Pois há, de fato, muito que aconteceu nesses últimos sete (quase oito) anos. Eu aprendi com os outros muito daquilo que você deveria ter me ensinado. Eu desaprendi com a vida as poucas lições que você me deu.
Do que era antes apenas um pouco sobrou. Eu transformei e adaptei muita coisa a nova pessoa que se formava; a nova Bruna que ia nascendo (e que ainda renasce um pouco todos os dias). Da antiga mescla de sentimentos primordiais e imaturos que senti – admiração, proximidade, dedicação – ficou quase nada. O tempo provou que minhas primeiras impressões estavam todas erradas e você não era mesmo tudo aquilo que aparentava. Já daqueles outros sentimentos mais profundos – respeito, amor, carinho – ainda resta alguma coisa se equilibrando sob a superfície fria que tento mostrar. Acho que mais um pouco e eles também morrerão, embora eu tente tão avidamente fazê-los ficarem ai. Preciso acreditar que sinto um pouco por você. Preciso saber que ainda há esperança de recuperar o que nós já tivemos um dia. Porque é a única coisa que me faz continuar acreditando em você. Se não fosse isso, eu já haveria me convencido que você foi apenas uma invenção da minha mente infantil. Nada mais que a necessidade de um porto seguro, de alguém que me ajudasse a dar os primeiros passos.
A maior mudança, no entanto, não está relacionada com o nosso contato (raríssimo, devo dizer) ou com o que sinto ou deixo de sentir em relação a você (ou você a mim). O que mais mudou entre nós dois foi o fato que eu hoje vejo que você não passa de um homem normal. Parece um pouco idiota, mas não para mim. Eu acreditei durante nove anos que você fosse, realmente, deus. Sim, você foi meu deus durante muito tempo. Foi quem me ensinou a falar, a andar, a pensar. Você me ensinou a existir. E me defendia. E me escondia embaixo da mesa depois que eu tinha feito alguma coisa errada. E recebia minhas ligações durante suas reuniões e me mandava bonecas caras. Mas nossa relação era bem mais que material. Eu sabia (ou pelo menos achava que sabia) que você era meu. E seria pra sempre. Estaria ali, quando eu quisesse para o que eu precisasse. E isso me mantinha de pé. Saber que havia alguém no mundo que faria tudo por mim. Na mente de uma criança essas resoluções não são bem claras. Mas com o passar dos anos eu consegui chegar a estas conclusões. Então no dia que você se foi, levou consigo um pedaço de mim. Auto confiança, amor próprio, segurança, chame do que quiser. Você deixou pra trás um alguém incompleto, que percebeu do modo mais difícil que ninguém (ninguém mesmo) vai nos segurar quando cairmos. Foi ali que eu soube (embora não tivesse ainda plena consciência disso) que você era apenas um mortal. Alguém sujeito a erros catastróficos com quem eu não podia contar. E isso me afastou completamente. Isso me tira toda a vontade de voltar atrás e te ligar, ou te procurar.
Tenho déficit de energia quando o assunto é você porque sinceramente, não aguento mais me decepcionar. Por isso eu espero profundamente que você um dia me ache e me convença que estava errada. Não há como voltar atrás no que foi feito, mas você poderia ao menos mostrar-me que, sim, você não é nem nunca vai ser deus, mas um homem normal que tenta excepcionalmente acertar. Eu estou disposta a abrir a porta, se você ao menos bater.
Há tanta coisa ainda que você precisa saber.

(dois anos atrás)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

"Não me importo de perder se for pra ficar aos teus pés"

I hope you haven't figured it out by now, but I may somehow love the way you laugh. Or the way you don't laugh when I'm fully expecting you to. Or maybe I love to lay my head on your sholder and hear you breathing for a while. Or when you stare at me. I think I just might love your voice too. And the way you kiss my neck so softly. When you hug me and surprise me, when you say I'm so annoying that nobody else would ever stand me. When you tell me you missed me and how nervous you were to call me. And everbody has been telling me how bigger my smile is when I'm around you. I can't really understand how we got here, but we did. And so here's this: I think I love you.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

quando ela jura não sei porque Deus ela jura que tem coração

Eu tenho um grande defeito: eu sinto muito.
É por isso que gosto de literatura, de cinema, de artes. É uma forma de ver sentimento palpável.
É por isso que me conto e me exponho cruamente, (como diria Drummond) preciso de todos.
E é por isso que me cubro de ques e porques, numa busca insana por racionalidade, me passando por frígida, megera. Preciso dosar-me.
Me apego demais, me comprometo por nada, me doo com muita facilidade. Tudo porque sinto. E sinto tanto. Tenho em mim todos os sentimentos do mundo.
Feliz era o homem de lata, sem coração.

terça-feira, 9 de junho de 2009

die bitch

Mais um da coleção de textos antigos:

O que me leva a ter abuso eu realmente não sei, eu só sei que ele me ataca em momentos inesperados, como se estivesse o tempo todo atrás da porta, espreitando, observando e calculando todos os meus movimentos, para na hora mais inapropriada, pular em cima da minha cabeça me deixando desnorteada, chata e, claro, muito abusada.
Mas deixe-me definir abuso para que fique bem claro que abuso não é chilique, não é charminho, não é besteira. Abuso deveria, na minha mais sincera opinião, ser posto na lista entre as piores doenças do mundo. Lá em cima, junto de câncer, aids, e, claro, cólicas menstruais. Não, eu não estou exagerando, nem tentando provar meu ponto de vista, mas é provado cientificamente que abuso é ruim para a saúde e pode matar.
Me diga se tem coisa pior do que um indivíduo do qual você está pra lá de abusada vir lhe dar um abraço e um beijinho, ou puxar papo enquanto você está na fila para pagar uma conta da qual você esqueceu e se lembrou em cima da hora do banco fechar (situação em que, claro, o senhor abuso já está presente lhe martelando o juízo) ? Não, não tem. Aliás, pode até ter. Outras situações altamente abusivas que a vida insiste em trazer e empurrar em cima de mim. Estou eu em algum lugar, minding my own business, quando me vem aquele calor, eu me sinto gorda, descabelada e simplesmente horrosamente feia. Então passa aquela menina que eu detesto, linda, maquiada e cheirosa. Não minha gente, não é inveja, é abuso. Abuso do mundo por girar, da mãe natureza por ser injusta e da porra do meu condicionador que me prometeu um cabelo bom. Coisa que, vamos encarar, não tem milagre que faça acontecer.
Eu sei, eu sei, tem gente que vai me chamar de drama queen, de fresca, de porre. Mas puta que pariu, alguém nesse mundo tem que me entender. Não é culpa minha - eu já disse - se o abuso me escolheu como uma das suas vítimas preferidas. Eu queria, mas queria mesmo, ser completamente imune à chatice que o abuso traz como companheira. Mas pro meu azar, ainda não inventaram vacina pra esse mal. Por sinal, como último remarco, por que esses cientistas ficam por ai se preocupando em descobrir coisas inúteis como a composição da matéria ou o poder elétrico de um elétron ou sei lá o que, quando eles podiam estar se preocupando em achar uma cura pro abuso? É sério, alguém precisa se tocar que o mundo seria um lugar bem melhor se a gente tivesse um antídoto anti-abuso. Eu, pelo menos, admito que eu preciso de um. E um BEM forte.

sábado, 6 de junho de 2009

3 wishes

I wish you could read all the poems I wrote about you
There are pictures and paintings too
From the 24 hours of my day, 20 are dedicated to do
Things that suppress the emptiness and pain you left me to

I wish we could meet up again sometime
So I can give you back the things you left behind
I sleep in your shirts and say your books are mine
The alarm clock on my phone still wakes me up with your voice saying: 'good morning sunshine'

I wish I could know how to forget
The only thing I feel anymore is regret
And even though new guys I've met
My heart for you I've always kept

(Maybe if one day you read this words
You'll realize you to me you mean the world
And that we should be together
Yesterday, now, always and forever.)

quinta-feira, 4 de junho de 2009

upen up your mind and see like me

"Life is one fucking beauty contest after another. School, then college, then work... Fuck that. And fuck the Air Force Academy. If I want to fly, I'll find a way to fly. You do what you love, and fuck the rest."

No auge o meu sono pós-lexotan eu tenho que reforçar: fuck beauty contests. É cansante ver como as pessoas investem tanto tempo e dinheiro em coisas inúteis. E pra quê? Essa valorização de valores às avessas me cansa. É desgastante ver as pessoas debatendo sobre modelos a serem atingidos ou padrões a serem alcançados. Fuck that. Se tem uma coisa que a gente tem, acho que a única que vale a pena, é a personalidade. Cobrir falta de caráter com um pacotinho bonito não vai compensar. Conteúdo é a real informação.
E outra coisa, se eu quiser fazer/ser alguma coisa eu vou conseguir. Não importa minha nacionalidade, cor, raça, idade, etc. As pessoas tendem a ficar se limitando como se a vida fosse toda cheia de marquinhas de até onde você pode ir. Fuck that. Eu vou pra onde eu quiser ir.
E, embora sabendo que (quase) todos os professores daquela faculdade provavelmente me mutilariam se lessem isso: tentar ordenar a vida das pessoas é inútil. Cada um faz o que quer, dentro do que é capaz.
Eu to cansada de tentar caber numa embalagem que não é a minha. Aliás, eu to cansada de ter que ter uma embalagem, um rótulo. Sempre se tem que ser fulana filha de sicrano, namorada de num sei quem, amiga de tais pessoas. Fuck that. Eu quero ser conhecida pelo que sou, não pelo que os outros são.
As pessoas tem que começar a pensar com a cabeça fora da bunda. Esse mundo dá indo pro ralo, porque ninguém tem mais tempo pra parar pra pensar. Pensar coisas úteis, isto é.

IF I WANT TO FLY I’LL FIND A WHAY TO FLY. (i nobody will tell me i can't do it)

if you let him get into your skin (don't be afraid)

Eu tenho medo do que eu sinto por você. E eu tenho mais medo ainda do que você pode não sentir por mim. É horrível quando a gente se abre assim, deixando tudo a mostra, permitindo que qualquer um entre e faça morada dentro de nós. Porque depois que esse alguém descobre que nosso aluguel é muito caro, ou que o nosso coração é mesmo muito bagunçado e mal pintado ele resolve se mudar. E fica vazio. Muito vazio. Um vazio que eu nunca perceberia que tinha, se não fosse você pra me mostrar que não se pode ser feliz sozinha. Então eu vou lá e tento reconstruir todas as maldidas paredes que você insistiu em quebrar. Só que na sua pressa de partir você acabou deixando pra trás um pedaço de si.
Agora, no meio do caos no qual se encontram meus sentimentos, eu não consigo mais distinguir o que era antes e o que é agora. Porque agora eu sou você. Agora eu gosto mais de café preto do que de latte, porque você me acostumou assim. Agora eu escuto sempre àquela banda irlandesa, porque você me acostumou assim. Agora eu compro incenso de canela com açúcar, porque você me acostumou assim. Agora eu não sei mais quem eu era ou o que eu gostava de fazer, porque você me acostumou assim.
E as paredes continuam no chão e eu pareço cada vez menor no vão imenso que ficou. Eu pareço diminuir a cada dia diante do medo que eu tenho de não te achar nunca mais.

(poema antecedente e este texto fazem parte de um acervo muito, muito antigo. resolvi colocar dessas relíquias por aqui).

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Depois do pôr-do-sol

The Sun is going down
The orange sky is fading away
On its place there's a lonely dark
Blue with shades of gray

It's raining again
And I didn't make home
Waited for so many hours
And still you didn't come

My hair and clothes are wet
My make up is long gone
I'm trying not to let get me
The thoughts that you forgot

You said you would be here
So I waited on the same spot
Where on your knees my hand you got
And asked me to be to your girl

Its seems so long ago
The time when we were happy
Today you let me go
But I still hold tight to the memories

terça-feira, 2 de junho de 2009

Poema do Beco (ou) O Escafandro e a Borboleta

Acho que todo mundo passa por momentos de escafandro. Eu estou passando por um agora. É como se tudo que eu fizesse fosse muito... limitado (talvez convencional fosse a melhor palavra). Meu curso, meus relacionamentos, minhas leituras, minhas opiniões... é tudo muito normal. A vida não é como nos livros, cheia de situações inusitadas, pessoas diferentes e portas que se abrem a todo momento. É isso que dá gostar demais de ler romances. E de ver filmes. E de ver seriados. A gente acaba inconformado com a mesmice da nossa vida. Parece infantil, eu sei. Mas quem nunca se perguntou se estava fazendo as coisas certas? Ou melhor dizendo, as coisas erradas, ou mesmo coisa alguma, contanto que fosse algo que marcasse, que mudasse, que.... E a vida não tem final feliz, tem? Não do jeito dos contos. (mais uma vez, é isso que dá viver mergulhada em literatura).
Escafandro. Sim. Preso. Sem poder sair. Só observando o circular do mundo lá fora.
Agora eu sei que posso responder o que minha aluna me perguntou ontem sobre o que Manuel Bandeira quis dizer com “Vou me embora para Pasárgada”. Ele o diz novamente no poema com o mesmo título desse texto:
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha
[do horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
Em Pasárgada não. Lá “a existência é uma aventura”. Em Pasárgada a vida é Borboleta.
Borboleta. Sim. Livre para voar. Para experimentar. Para viver.

(mas não quero ser ingrata. sendo a conformista que por vezes sou, estou demasiadamente feliz com minha vida escafandro, porque às vezes, sim, muitas vezes até, me permito ter momentos borboleta).

quarta-feira, 27 de maio de 2009

camila diz:

Bruna: O gênio em potencial. Herdara uma genialidade fantástica, e de quebra, um apreço pelo esforço e trabalho. Logo nova, já demonstrava sinais de que não era como a maioria. Às vezes isso a levava à loucura, por ter tanto o que fazer.Era doce, e sempre esteve lá quando precisei. Conheci-a quando pequena, mas só estabelecemos conexão real depois dos quinze. Sempre foi muito mãe, mas nunca o quis. Sempre afirmou que não queria muitas crianças, embora fosse ser maravilhosa com elas, se as quisesse - creio que ainda será, um dia.Humor afiado, jeito bobo mas sóbrio e uma fé inestimável. Uma fé que muitos questionavam, mas eu não. Apesar de não acreditar no mesmo que ela, sempre achei que a fé fosse fazer dela uma pessoa melhor, mais sensata. E faz. Ninguém possui a propriedade de julgamento que ela domina.Sempre muito próxima da mãe, não do pai. Isso a fez um pouco mais forte, mas ao mesmo tempo um pouco desconfiada. Perfeitamente aceitável.Manias de limpeza, organização, pautamento, tabelamento, listamento, fichamento, estudo, teoria e prática. Metódica e simples, era assim no dia-a-dia, mas com um toque de palhacisse. Falava meigo no telefone, exceto quando sentia raiva. Mas era raro, pelo menos comigo.




(apesar de certos exageros, como o do "gênio em potêncial", captou muito bem o que sou. sentimental que sou, não pudia deixar de colocar aqui e de dizer que tu és uma das pessoas mais importantes da minha vida, vou tentar retribuir um texto tão lindo um dia desses, mas sem promessas... hehe. amo vc!)

terça-feira, 26 de maio de 2009

love killed my brain

Bem, meus pensamentos tendem a ser os mais alheios possíveis. Mas dessa vez acho que me superei. Agora, durante o almoço, assistindo MTV (morte ao Vídeo Show!) começou um clipe de Paramore (que eu nem gosto nem desgosto porque, na verdade, nunca me interessei em ouvir). Enfim, o clipe era da trilha sonora de Crepúsculo (!!!!) e portanto, mereceu meu interesse. Mas, bem, como dito acima, fiz conexões diversas e acabei por me lembrar de uma frase de Oscar Wilde que eu sempre achei genial (como muitas das outras coisas que ele escreve): “Um homem pode ser feliz com qualquer mulher, até o dia em que começar a amá-la.”
Pois bem. As pessoas que mais se gostam não podem ficar juntas. Eu sei que muitas das coisas ditas nesse blog parecem pessimistas, céticas, deprimentes. Mas não sei, parece que tem um pouco de verdade nisso tudo (pouco que, por sinal, um gênio como Oscar Wilde também percebeu, e eu, pobre mortal, coincidentemente também notei). Quando um homem gosta demais de uma mulher ele tende a se tornar possessivo, ciumento, inibidor, até. Quando o sentimento é presente, mas tênue, o relacionamento tende a ser mais equilibrado, porque ele consegue respeitar o espaço dela. A mesma coisa com uma mulher. Ela tende a ficar histérica, insegura, questionadora ao estremo. Relacionamentos não funcionam assim. O sentimento, quando é demais, sufoca (já dizia Clarice). Paixão é um mal. Um mal que tende a destruir todos os relacionamentos. Ninguém pode conviver muito tempo com o “grande amor”, porque pode perder a sanidade. Querer demais alguém é prejudicial porque sempre há uma tendência a se colocar aquela pessoa acima de si mesmo. E isso nunca é bom.
Então fuja do amor da sua vida. Correndo, pro seu próprio bem. Procure antes alguém que goste de você e de quem você goste, mas sem grandes exageros.

Sim, mas e caso de surgir a pergunta “o que Paramore e Crepúsculo têm a ver com tudo isso?”, eu resumo minha longa conexão mental em poucas palavras: acho que não vale tanto a pena assim ter um Edward Cullen, after all.

(ah, sim, o título é de Clarah A.)

quinta-feira, 14 de maio de 2009

I keep on waiting

O pior é que eu não consigo mais lembrar a sua voz. Ou o teu cheiro, ou ao menos os detalhes da tua fisionomia. Sei de características mecânicas, coisas que a gente sabe por saber e que, por alguma razão estranha, nunca esquece. Mas não te conheço mais. Não sei mais se ainda és aquele alguém que um dia me ensinou a ser uma pessoa digna de orgulho, que valorizava o esforço acima de tudo, que tinha um humor negro tão parecido com o meu.
Hoje eu faço o que faço por você. Se eu estudo, se me interesso por cultura, se dou valor ao conhecimento, é tudo por você. Porque um dia eu espero que você me diga: 'que orgulho eu sinto de você'. E se não for capaz de dize-lo, tudo bem, eu ficaria feliz em saber que você assim o pensa. Eu vou esperar eternamente o dia que você vai superar a mágoa que corroe teu peito (essa mágoa que destroi todos que estão ao teu redor). Porque quem ama espera. Eu sei que não preciso disso. Eu nem quero isso para mim, mas eu amo você. E é assim que o amor nos faz agir, altruísticamente.
Eu só quero, eu sempre quis uma só coisa: te ver bem e feliz. Se eu te atrapalhei nesse percurso, eu sinto muito, minhas intenções sempre foram as melhores. E não esqueça, que vai ter sempre alguém aqui por você. Não importa o que você faça ou deixe de fazer. Eu te amo pelo amor, e isso basta ao meu coração.

terça-feira, 12 de maio de 2009

alegria, alegria

Tava tudo muito pra baixo aqui, tem que sacudir a poeira.
Ainda há esperança. Ainda há leopardos fêmeas tomando conta de bebês babuinos!

o acontecido aconteceu

o sentimento... e que sentimento? medo é sentimento?
e dúvida? e desconfiança?
eu sei que raiva é. rancor também.
mágoa não.
acho que não.
(...)

Tem coisa que é simples pra todo mundo. Tem gente que nunca se complica com nada, leva a vida a deusdará e tudo sempre dá certo. Sorte, destino ou vontade divina, não sei. Só sei que é.
(...)

Numa dessas aulas da vida eu escutei que Dom Casmurro escreveu seu livro (D. Casmurro, não Machado) para tentar atar as duas pontas da vida, a infância e a velhice, e ver se descobrir o que deu de errado no meio.
(...)

Outro dia disse "estou cansada de ter cinquenta anos desde os nove". Já dizia meu livro favorito: "Por quê contam coisas às criancinhas?"
(...)

Acabei de descobrir que vou ter de escrever um livro pra descobrir meu sentimento (?) ou falta dele e porque as coisas são tão complicadas nesses meus cinquenta e nove anos de vida condensados em dezoito.
(it won't be a good one)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

layers

Inside my mind
There are two different worlds
In one, everything is always gonna be fine
On the other, confusion and chaos burn

Inside my heart
There are four different chambers
I keep anger and hate in one part
On the three others all the good things I can remember

Inside my eyes
There are six different views
I can see the world on several lights
Depending on how I feel

Inside my blood
There are eight different weathers
I can be extremely warm or extremely cold
Sunny or foggy, which ever I'd rather

Inside my being
There are ten different personalities
Each one has it own thinking
And all compose my singularity

novo denovo

Agora, sim, reinaugurando.