quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Se me entrego ou não eu já nem sei.
Mas acho que deve se chamar assim - entrega.
Porque outrora não sustentava meu olhar no teu, e hoje dele já não consigo escapar.
Pois nunca me pareciam compridos os dias sem tua presença e agora já são ínfimos os minutos.
E tua pele, que nunca me surtiu efeito, faz-me agora transpirar a cada instante que nos tocamos.
E esse sentimento (ou sensação, ou emoção?) sem definição me toma a mente, e mais que isso, me possui o corpo, e me popula a alma.
Sou habitada por algo (ou alguém?) desconhecido. Mas ao menos sou habitada, e não casa vazia como já fui, como ainda pensei que fosse, até dar por mim e ver você em meu lugar.
Não sei se abri a porta, nem ao menos se você bateu. Talvez a soleira vazia do meu peito convidasse a entrar. E por mais que eu dissesse não (e o quanto ainda digo!) você não quis escutar. Entrou sem pedir licença, sem nem ao menos me comunicar.
E fez morada, e mudou tudo, e quebrou as paredes, riscando seu nome por todos os lados, e deixando bem claro que agora era tudo seu.
Se te aceito ou não também não sei.
Mas deve se chamar assim - aceitar.
Porque já sorrio mais que antes, e canto e escrevo mais que antes.
Existo mais que antes também, porque agora você existe em mim.