domingo, 23 de dezembro de 2007

Prefiro Toddy ao Tédio (um grito reprimido)

É oficial: após seis dias de plena clausura, eu posso me considerar realmente ilúcida. O primeiro e segundo dias foram até relaxantes. Quer dizer, tão relaxantes quanto não poder mover sequer um músculo, numa dieta líquida, com as vias nasais completamente obstruídas pode ser. Mas que seja, eu dormi um bocado, reclamei mais ainda e ouvi minhas músicas em paz.
Mas do terceiro dia em diante, uma sexta, diga-se de passagem, quando todo mundo colocou suas roupinhas novas e saiu para badalar e eu fiquei em casa fungando e assistindo a maratona de Brazil's Next Top Model a coisa começou a ficar feia. Piorando consideravelmente no sábado a noite, quando todas as minhas amigas estavam respectivamente enchendo a cara e eu dava nomes às mascaras da parede da sala de estar.
Com a perspectiva de um natal tão animado quanto essa última semana eu ando com ânsias de me jogar pela janela. Veja, fim de ano não é uma época fácil pra mim, e nem é como se eu tivesse mesmo muitos convites de lugares pra ir nesse bendito feriado, mas a questão é: eu queria ter a opção de sair de casa.
Sair de casa eu posso, como minha mãe vem constantemente me lembrando. Ah sim, ela não sabe, não é mesmo, que sexta-feira, enquanto eu esperava pacientemente que ela viesse me buscar para ir ao médico (na vã esperança que ele removesse essa porcaria de curativo da minha cara) o pessoal que estava numa 'festa de arromba' aqui no prédio parou para observar o êtê aqui. Eles podem até achar que eu não reparei, mas dos cantinhos dos meus olhos inchados e azulados eu vi tudo.
Então, presa até segunda ordem eu me condeno à atividades alternativas para fugir ao tédio. Jogos de paciência intermináveis com Betsy (a máscara da ponta da direita que me lembra uma gueixa japonesa), conversas com as estatuetas do meu quarto e finalmente, o mais saudável de todos, encarar meu teto e ponderar sobre questões universais importantes como quantas árvores devem existir na floresta amazônica.
Não, não é exagero. Seis dias pode não parecem muito, mas experimente ficar em casa todo esse tempo sem fazer absolutamente nada e me diga depois o quanto você se diverte. Agora estou destinada a me encher de comida requentada na companhia da minha televisão de trinta e três polegadas (até minha mãe achou alguma coisa melhor pra fazer) enquanto o resto da cidade vai ser feliz com suas luzes, corais e animação.
EEEEEEEEEEEEEEU QUEEEEEEEEEEROOOO MEEEEEEU ROOOOOOOSTOOOO DE VOOOOOOLLLLLTTAAAAAAAA. será que isso é claro o suficiente?
(p.s. para não parecer ingrata demais, sim, eu estou feliz e não me arrependo nem um segundo, mas gente, até a Betsy está de saco cheio de mim.)